segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Prehistórico

Ou apenas Not - Up - to - Date

Realmente a atual organização da sociedade não pretende facilitar a vida de quem não se dispões a estar "na crista da onda". Seja no pagamento de uma conta em um caixa eletrônico, na direção de um carro moderno e cheio de luzes e botões ou mesmo num contato com uma central de relacionamento com consumidor ou afim, onde sem teclar inumeros dígitos e códigos que podem incluir até mesmo o tamanho da sua cueca, em um aparelho que possua a opção de "ton", porque "pulse" é muito antigo para ser compreendido, você não consegue falar com um operador que eventualmente lhe confirmará todos os dados novamente, informará dezenas de instruções e regras e registrará o pedido sob determinado protocolo, normalmente a toa.

Nunca havia sentido isso tão fortemente quanto nesse final de semana. Pessoalmente não tenho maiores dificuldades em usar um computador (do contrário possivelmente nem esse blog existiria), não sou paranóico com segurança apesar dos cuidados basais, compro pela internet e consigo até acessar o home banking de casa (por mais redundante que a expressão tenha ficado).

Mas dois fatos recentes me irritaram:

1 - telefone fixo - chega a conta com a mesma cobrança indevida (serviço não solicitado) a qual já havia reclamado ha 1 mes. Nessa ocasião tentei ligar da praia, mas aparentemente nosso telefone de lá não conseguia se comunicar com a central de atendimento. Ja em Ctba, fui prontamente informado que seria necessário retirar o debito em conta (para evitar cobrança dupla, é claro) e pagar a conta corrigida que chegará em 1 semana. Caso ela não seja entregue a tempo até a nova data de vencimento, poderei ir a uma loterica e facilmente, apenas com o número do telefone, efetuar o pagamento. Como o "sistema" facilita nossas vidas não é mesmo?

2 - telefone celular - considerando meu relativo desapego a objetos materiais e contato humano permanente, não fiquei muito preocupado quando chego em casa sexta feira e descubro que esqueci meu celular no trabalho. Claro que minha desconfiança com o pessoal da limpeza (habitualmente tercerizados e sub remunerados) causou certo desconforto, mas não o suficiente para me deslocar até aqui. Como a principio ja tinha compromissos agendados e contatos via messenger, seria até saudável uma descontaminação. Claro que, hoje de manhã, não encontrar o aparelho em seu nincho (termo legal né?) foi desagradável. Nisso, a solução retardada (no sentido de atrasada, e não APENAS de afetada por um evidente déficit mental) seria bloquear o aparelho. Uma olhada rápina da internet e um número 0800.

Aqui minha paciencia se esgotou facilmente, apesar do auto controle. O nada empático colaborador (ou outro termo esdruxulo adotado) me informou que a TIM não mais mantem serviço de atendimento aos clientes TDMAs (telefone sem chip, caso alguem não conheça), mas que registraria o pedido e entrariam em contato em até 5 dias úteis.

Com minha indagação de surpresa quanto ao pequeno prazo de 5 dias para que, só então, TALVEZ bloqueassem o número, o solícito rapaz me repetiu as normas e ainda perguntou se eu havia entendido, uma vez que preferi me calar a expressar meus sentimentos momentâneos (ser educado traz inconvenientes no mundo atual, com toda certeza...).

A sorte deles é que realmente gosto de meu número de telefone, que me acompanha ha 10 anos, e que para evitar isolamento total do mundo ainda preciso de um celular. Mas mesmo minha aversão a mudanças tem limite...

Com certeza essa história continua em breve.

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