segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Agorafobia

Eu gosto de definir as coisas... compulsivo? Não tanto... apenas gosto de ter tudo em "pratos limpos" antes da confusão se instalar, antes das pessoas se ferirem... uma vez que, segundo boa parte das correntes por email e apresentação de powerpoint, essas feridas criam cicatrizes e marcas que mesmo exclarecidos, deixam marcas... Mas voltando... gosto de definir e que definam, e ia iniciar esse post com a definição oficial da Agorafobia, doença psiquiatrica da "família" das fobias, medos e afins.

Acontece que, alem de definir, sou teimoso... o dicionario online que uso (lusitano literalmente) trouxe uma definição que não condizia com a idéia que eu tenho... e sem querer ser mais "sabido" que uma publicação que se propõe a nos corrigir, fico com minha definição... e não estava disposto, e provavelmente não tinha disponível, algum livro técnico mais apropriado.

(Após algumas pesquisas mais aprofundadas na internet): "Agorafobia - Grupo relativamente bem definido de fobias relativas ao medo de deixar seu domicílio, medo de lojas, de multidões e de locais públicos, ou medo de viajar sozinho em trem, ônibus ou avião."
Classificação Internacional de Doenças.


Pronto, uma vez delimitado nosso tema, o porquê de sua escolha. Sábado (de sol), após a óptica não me ligar informando que meus óculos estavam prontos (prescritos num dos primeiros posts desse blog), e após um dia do limite combinado, fui eu pessoalmente buscar o "bichinho". Ao chegar no shopping (com todos os inconvenientes de comprar em um), ja foi dificil entrar, pois hordas de (pré) adolescentes se amontoavam nas escadas, não sei se realizando sua fotossíntese diária ou aguardando outros de sua espécie. Ao entrar (ufa, ar condicionado), quem disse que estava mais tranquilo? Quem disse que seria facil andar pelos corredores? Ta certo que tenho ido a tais lugares durante a semana, a noite, em folgas que tenho... e que diferença. Após chegar a loja... onde estava o balcão? Dicerto atrás dos inúmeros casais, pais, filhos, velhinhos... mas, com fé inabalável... mesmo sem achar a vendedora que me atendeu inicialmente (pra pagar é tudo sempre mais fácil), perguntei do produto... e, bom, encurtando, ninguem sabe ninguem viu... deve estar no laboratório! Frustrado, educadamente me retirei... pelo menos cortei o cabelo (não no shopping, mas nas imediações).

E, naquele momento introspectivo onde um cidadão trabalha e agente fica parado, tentando atrapalhar o mínimo possível, falando de futebol e política, pensei nesse tema... não que eu tenha medo ou mude minha rotina para evitar aglomerações, mas que definitivamente fico muito mais a vontade quando posso me deslocar sem arrastar alguem, quando ninguem se choca comigo, e onde posso ao menos ouvir meus pensamentos (como naquela hora), isso eu fico.

São os sinais da idade... quando nos tornamos aquele tio... é a vida (dito em francês fica muito mais bonito, mas meu semestre dessa língua (há alguns anos) não me permite tal façanha, como a landika bem conseguiria.

(Antigamente acho que me perdia menos nos temas... era mais conciso e objetivo... deve ser outro sinal)

2 comentários:

Anônimo disse...

Não sei o que Landika tem a ver com o texto francês do moço (meu francês nem é tão bom assim)...mas acho que vc tinha que ir reclamar na loja de oculos sobre o fato deles terem te enganado ! :D

... disse...

Agorafobia...

Eu não fico sufocada quando tenho que estar diante das pessoas... Quando tenho que sair de casa...

Meus pensamentos me sufocam...

Enforcam mesmo.